Liliane Janaina da
Cruz, 23 anos. Nascida em Capão Bonito, cidade pequena que apesar de estar no
interior de São Paulo, é mais Paraná do que São Paulo. Aos três anos se mudou
com a família para Tatuí-SP onde mora até hoje.
Ao ser
questiona ela conta que: “Comecei a desenhar muito cedo, tenho algumas memórias
de meu avô me mostrando como desenhar, mas na verdade ele me ensinou muito
mais, ensinou a observar o mundo que me cercava. Como nasci em uma zona rural
vivia com muitas paisagens que podia ficar horas olhando e imaginando, o
desenho veio como modo de expressar minhas vivências e tudo que me rodeava
desde a infância”. Desde criança, Jane como é chamada por amigos, sempre estava
desenhando em algum caderno, influenciada por tudo que conhecia e vivia. Com 16
anos resolveu fazer o primeiro curso com uma professora de Tatuí, Terezinha
Pinto. “Meu intuito era desenhar melhor, mas acabei me apaixonando por pintura
em tela”.
Porém “Quando estava terminando o ensino médio me vi um
pouco longe das artes, resolvi adiar os planos de fazer uma faculdade por
diversos motivos, principalmente por autonomia, e neste período não tinham
faculdades boas de artes perto da minha cidade”. Jane conta que apesar de não
ter continuado nos estudos, essa fase de sua vida foi de muito amadurecimento,
pois trabalhando com algo que não gostava de verdade, não colocava sua alma no
que fazia e nem podia, já que trabalhava em uma empresa onde tudo seguia um
padrão. Em 2014 deixou a empresa onde trabalhava e se dedicou a continuar a
fazer trabalhos artísticos como pinturas e desenhos, procurou aprender técnicas
novas e matérias, estudando em seu tempo livre, durante esse período também se
dedicou a experimentar outras formas de suporte para sua arte como a fotografia
e tatuagem.
Não demorou
muito a voltar com os sonhos de criança, entrando para o Ceunsp em 2016 no
curso de Artes Visuais, participou do coletivo Balaio de Gato, onde expôs uma
de suas obras para a exposição “HIPERINDIVIDUALISMO”.
“A Balaio foi um divisor de águas a respeito de
amadurecimento artístico e de convívio, trabalhar em grupo, lidar com ideias e
opiniões. Conheci pessoas incríveis, com diferentes gostos e opiniões e muito
talento. O tema do ano passado foi algo que me causou uma auto reflexão muito
grande sobre pessoas e relações, meu trabalho amadureceu mais depois que entrei
para a faculdade e para a Balaio, aprendi a importância e o peso que uma obra
de arte pode ter na vida das pessoas, desde a apreciação até influência, quando
trazemos uma mensagem com ela.”
Agora Jane está
cursando o terceiro semestre de Artes visuais e termina dizendo:
“A vida sempre foi minha melhor professora, me ensinou que a
arte tem esse poder de refletir tudo o que percebemos do mundo e exprimir e
externar, acredito que a maior inspiração para o meu trabalho hoje são as
pessoas e as emoções, esse é o principal suporte que trago comigo independente
de material ou técnica que eu consiga utilizar. O amor pela arte me permitiu
ter sonhos, ideais e é com ela que eu sempre contei nos momentos bons ou ruins
da vida.”
Essa é minha
deixa para mostrar a vocês alguns exemplares originais de seu trabalho:
Nome da obra: Tatuí, em
aquarela sob canson a3:
Nome da obra: Cores, em tinta óleo sob papel a3:
Nome da obra: Girl Blue, em aquarela e nanquim
sob canson a3:
Nome da obra: Memórias, em
aquarela e nanquim sob papel a4:
A sua primeira
exposição foi em junho do ano passado com esta obra:
Rebanho de consumo,
60/90 técnica mista. Obra feita para exposição hiperindividualismo do coletivo
Balaio de Gato da Fcad, para Intercom 2016 de Salto:
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